FAEMG: a caminho dos 70 anos de história
A criação da Federação da Agricultura teve como base dois decretos-leis de Getúlio Vargas, ambos de 1945. O primeiro, DL nº 7.449, dispôs sobre a organização da vida rural. Cada município deveria ter uma Associação Rural reconhecida pelo Ministério da Agricultura, cada estado uma Sociedade Rural para reunir essas associações e, o país, a União Rural Brasileira, congregando as sociedades rurais.
Todas elas, em seus diferentes níveis, atuando como órgãos técnicos e consultivos do governo e preparadas para difundir conhecimentos agropecuários e realizar exposições e feiras, entre outras obrigações.
O segundo, DL nº 8.127, estabeleceu que as associações rurais fossem organizadas em federações estaduais e estas se ligariam à Confederação Rural Brasileira, que só foi fundada em setembro de 1951. A legislação não extinguia as entidades existentes, que poderiam assumir as novas funções e prerrogativas, se quisessem, mantendo o mesmo nome. A Sociedade Mineira de Agricultura (SMA), criada em 1909, não quis.
Quando Josaphat Macedo (foto) lançou a ideia de criar a Federação das Associações Rurais do Estado de Minas Gerais (FAREM), a SMA apoiou e até emprestou sua sede para a realização da assembleia de criação da entidade, em 7 de julho de 1951. O presidente da SMA, Francisco de Oliveira Naves, foi membro da Comissão Coordenadora de criação da Federação, juntamente com Josaphat Macedo e Evaristo Soares de Paula.
A mesa da primeira Assembleia foi composta pelo presidente da SMA, Francisco de Oliveira Naves; pelo futuro presidente da FAREM, Josaphat Macedo; pelo reitor da Universidade Rural de Minas, Joaquim Braga; pelo chefe do Serviço de Economia Rural do Ministério da Agricultura em Minas Gerais, José Maria Barbosa; e pelo Consultor Jurídico da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Aloízio Aragão Villar. A proposta de criação da FAREM foi aprovada por unanimidade.
Em seguida, o advogado Aluízio Villar leu em voz alta o Estatuto, com 75 artigos. O mandato da diretoria teria duração de três anos, permitindo-se a reeleição. Eram inelegíveis apenas os menores de 21 anos, os estrangeiros, os residentes fora de Minas Gerais e os analfabetos.
A diretoria, segundo o Estatuto, seria composta de um presidente, três vice-presidentes, um secretário geral e dois secretários auxiliares, dois tesoureiros e os diretores dos Departamentos Técnicos. Haveria ainda o Conselho Deliberativo e o Conselho Fiscal.
Logo em seguida à aprovação do Estatuto elegeu-se a primeira diretoria, que tomou posse na mesma Assembleia 1. O presidente da SMA, Francisco de Oliveira Naves, fazia parte do primeiro Conselho Deliberativo da FAREM. Josaphat Macedo foi eleito presidente.
Ao longo dos 60 anos, a FAEMG teve sete presidentes: Josaphat Macedo (1951-69); José Álvares Filho (1969-1981); Edilson Lamartine Mendes (1981-1984); Antônio Ernesto Werna de Salvo (1984-1990); Odelmo Leão Carneiro Sobrinho (1987-1988); Gilman Viana Rodrigues (1990-2005); e Roberto Simões (2005-2011). Por 10 meses, a partir de 20 de outubro de 1987, o vice-presidente Odelmo Leão exerceu o cargo, enquanto Antônio Ernesto dirigia a Confederação Nacional da Agricultura.
Esta história será contada em ordem cronológica, tendo como base cada uma das gestões. Ela se encerra com um capítulo dedicado ao Senar Minas, entidade que, embora criada bem depois, em abril de 1993, faz parte da história da FAEMG.
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