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Começa plantio de mudas de cacau no Norte de MG

AGRO + VERDE
ESCRITO POR RICARDO GUIMARÃES, DE MONTES CLAROS
09/04/2025 . SISTEMA FAEMG, SENAR

As primeiras mudas de cacau adquiridas por meio do Programa Agro+Verde foram plantadas em Jaíba, no Norte de Minas, na Fazenda Lageado, que irá contar com 14 mil mudas nesta primeira fase, sendo a maior parte delas destinada para a nova área de cacauicultura do empreendimento, com sete hectares de extensão. O programa, que promove o consórcio entre cacau e banana, é uma parceria entre o Sistema Faemg Senar e a Cargill, por meio do Instituto Antonio Ernesto de Salvo (Inaes). 

“Este momento consolida um trabalho que já vem sendo efetuado com muita dedicação e traz um leque de oportunidades. Vamos avançar daqui em diante e cada vez mais consolidar essas áreas de plantio de cacauicultura, que leva para a região diversificação de renda, com um produto diferenciado”, explica o gerente de projetos do Inaes, Harrison Belico.

Kaike Lacerda, técnico de campo; Dirceu Martins, gerente regional; Harrison Belico, gerente do Inaes; e representantes da Cargill, Jeferson Carlos e Weuler Vasconcelos

Uma comitiva composta por representantes do Sistema Faemg Senar, Inaes, Cargill, produtores rurais, técnicos de campo e especialistas, acompanhou o plantio, nessa quarta-feira (9). Além da Fazenda Lageado, outras propriedades já estão em fase final de documentação para iniciar a aquisição das mudas e plantio, que será acompanhado por uma equipe técnica. 

Para Fábio Marques, gerente de negócios e originação da Cargill Brasil, a região, que desponta como uma das principais pioneiras no plantio de cacau em áreas não tradicionais, vai crescer ainda mais. “O cacau vem como uma excelente oportunidade no cenário atual da cacauicultura que vem com preços atrativos e uma ótima oportunidade de mercado. O Brasil tem potencial para voltar a ser um dos líderes mundiais na produção dessa commodity”, avalia.

Representantes da fazenda com Harrison Belico, Dirceu Martins e o técnico de campo Kaike Lacerda

A força do cacau

Nos dois primeiros anos, o plantio do cacau é feito em consórcio com a área de banana já instalada, até que a substituição deste terreno plantado seja efetivada, de três a quatro anos. Com a chegada do Agro+Verde à região, a perspectiva é que se forme uma cadeia produtiva local mais fortalecida para a cultura do cacau. Nos últimos dez anos, o cultivo do fruto no Norte de Minas vem sendo alvo de estudos e análises, com algumas fazendas já com área plantada e colhendo o fruto. São cerca de 400 hectares na região. O programa envolve propriedades rurais em mais de dez municípios do Norte de Minas e a meta é o fomento de 3.000 hectares de cacau via mudas na região.

A Fazenda Lageado é uma das 30 propriedades beneficiadas com a assistência técnica. Na propriedade, já havia 70 hectares de cacau em consórcio com a banana e agora é expectativa é crescer ainda mais, atingindo 45 hectares de cacau plantados junto ao Agro+Verde nos próximos anos. Quando toda a operação estiver efetivada, a expectativa é colher 200 arrobas da amêndoa por hectare ao ano.

Funcionários da fazenda fizeram o plantio das primeiras mudas de cacau no Norte de Minas

“Tivemos a iniciativa de entrar com esta nova cultura há dez anos, após uma pesquisa feita pela universidade. Nós, produtores, estávamos em busca de diversificar o negócio e ter mais tranquilidade para comercializar. Agora, damos um novo passo com o Agro+Verde. Esta parceria trouxe credibilidade à cacauicultura. Em breve, o Norte será conhecido como um grande produtor de cacau”, analisam os fruticultores Huarrisson Antunes Cangussu e Mariele Cangussu, gestores da Fazenda Lageado.

Geraldo Pereira está na fase final da documentação para também iniciar o plantio dentro da parceria. Na propriedade que administra, já existem áreas em consórcio com a banana em evolução, em cerca de 120 hectares. Com o Agro+Verde a produção deverá ser expandida ainda mais, ocupando metade de toda a propriedade. Com a primeira remessa de mudas chegando, a previsão é iniciar a produção neste ano.

“Entramos no programa porque precisamos desse suporte e de dar visibilidade para a região. Tem futuro, essa é a bola da vez, este é o momento ideal. O Agro+Verde incentiva financeiramente e já nos dá garantia de mercado para trabalhar. É uma iniciativa maravilhosa com todo o conhecimento que traz para gente, além do aporte financeiro e da ajuda para conseguir alavancar essa nova cultura na nossa região”.