A Fazenda São José, localizada em Ibertioga, no Campo das Vertentes, recebeu, no dia 15 de maio, a visita dos integrantes da Comissão Técnica do Leite da Faemg. A iniciativa fez parte da programação da 56ª Exposição Agropecuária de Barbacena e teve como objetivo promover a troca de experiências entre produtores de diferentes regiões de Minas Gerais.
Participaram do encontro o presidente da Comissão, Jônadan Ma (Uberaba), os vice-presidentes Alexandre Freitas (Pompéu), Rosivane Andrade (Passa-Tempo), Aguinaldo Bessa (São Sebastião do Maranhão), Edberto Rezende (Governador Valadares), Edvaldo Alckmin (Manga) e Caio Oliveira (Varginha), além da analista de agronegócios do Sistema Faemg Senar Mariana Simões. Também acompanharam a visita o vice-presidente de Finanças, Renato Laguardia, e o gerente regional da Zona da Mata, Emerson Simão.
Segundo Jônadan Ma, esse tipo de intercâmbio deve se tornar cada vez mais frequente. “A principal experiência é conhecer a diversidade do sistema produtivo do leite em Minas Gerais. Somos o maior produtor do Brasil, com realidades topográficas, culturais e climáticas distintas. Isso mostra o potencial produtivo de cada região”, afirmou.
A Fazenda São José é administrada por Antônio Augusto Rodrigues Miranda, o Gutinho, vice-presidente da Comissão do Leite. A propriedade é uma das cinco herdadas pelos filhos de seu Antônio e dona Tidinha, em 2011, totalizando 192 hectares. A gestão da fazenda é feita em família, com a participação da esposa de Gutinho, dos pais e do irmão.
Durante a visita, os anfitriões apresentaram todas as etapas do processo produtivo. “O diferencial da Fazenda São José é o envolvimento da minha família. É muito gratificante compartilhar o que deu certo pra gente e também aprender com o manejo de outros produtores. Com certeza, essa troca agrega muito valor”, destacou Gutinho.
Atualmente, a fazenda abriga cerca de 500 animais, a maioria da raça holandesa, dos quais 240 estão em lactação. A produção diária chega a 9 mil litros de leite, distribuídos em três ordenhas. A coleta é realizada a cada dois dias. Para melhorar a eficiência, a propriedade adota o sistema de estação de monta, concentrando os nascimentos entre fevereiro e março — período mais favorável em termos de clima e qualidade nutricional das pastagens. Os bezerros machos são transferidos para outra unidade, onde são recriados e vendidos para abate quando atingem 17,5 arrobas.
O objetivo dos proprietários é ambicioso: alcançar a marca de 20 mil litros de leite por dia até 2026. Para isso, investem fortemente em alimentação de qualidade e bem-estar animal. A estrutura da fazenda inclui uma área de 150 m² de cama dividida em quatro lotes — três para vacas em lactação e um para o pré-parto —, além de um novo silo com capacidade para 3,5 milhões de quilos de silagem. Próximo ao silo, serão instalados boxes para ração, minerais e grãos úmidos. A cada 15 dias, um técnico em nutrição avalia os animais e ajusta a dieta conforme as necessidades do rebanho.
A fazenda também se destaca por práticas sustentáveis. A higienização das tetas é feita com panos individuais, lavados e reutilizados diariamente, o que reduz o uso de papel toalha e a geração de resíduos. Diante do alto consumo de água, foi construída uma caixa com capacidade para armazenar até 590 mil litros.
Para o presidente da Comissão, a Fazenda São José é um exemplo de gestão eficiente no campo. “O grande destaque aqui é a dedicação e o profissionalismo. É um trabalho familiar bem-sucedido, com sucessão consolidada e foco na atividade leiteira como negócio. Eles monitoram indicadores, investem em qualidade e mostram que a gestão profissional no campo dá resultado”, avaliou Jônadan Ma.
A próxima reunião da Comissão Técnica do Leite está marcada para o dia 11 de junho, durante a Megaleite 2025, em Belo Horizonte.