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Agro mineiro supera mineração em 2024

MINAS FAZ HISTÓRIA
ESCRITO POR IZAMARA ARCANJO, DE BELO HORIZONTE
23/12/2024 . SISTEMA FAEMG, SINDICATOS, SENAR, INAES, FAEMG

Um novo capítulo na história econômica de Minas Gerais está sendo escrito: pela primeira vez, o agronegócio superou a mineração, tradicional carro-chefe das exportações do Estado, e assumiu o posto de principal potência do comércio exterior mineiro. Os números, divulgados nesta segunda-feira (23), pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, revelam uma virada histórica e consolidam o poderio da agropecuária mineira no cenário internacional.

Entre janeiro e novembro de 2024, as exportações do agronegócio mineiro atingiram a marca de US$ 15,7 bilhões, ultrapassando em 3% o setor de mineração, que registrou US$ 14,5 bilhões. Um marco que reflete a força e a resiliência do setor agropecuário, impulsionado por investimentos em capacitação, produção sustentável e inovação.

O agro agora representa 40,7% do valor total das vendas externas do estado, um crescimento de 19% na receita e 9% no volume exportado (16 milhões de toneladas) em comparação com o mesmo período do ano anterior. A mineração, por sua vez, responde por 37,7% das exportações totais, com 14,5 milhões de toneladas embarcadas.

Recorde histórico e perspectivas promissoras

Os números impressionam ainda mais quando comparados ao recorde anual anterior, registrado em 2022, de US$ 15,3 bilhões. Mesmo sem contabilizar dezembro, o agro mineiro já superou essa marca, com uma média mensal superior a US$ 1,4 bilhão. A taxa de câmbio nominal mais alta também contribuiu para o excelente desempenho.

Embora café, produtos do complexo sucroalcooleiro e carne bovina continuem sendo os principais expoentes das exportações, a diversificação da produção tem sido um fator decisivo para o sucesso. Novos produtos, como sementes, sêmen bovino, queijos, iogurte, leite condensado, batatas preparadas, água de coco, tapioca, cogumelos, inhame, azeitonas e grão de bico, vêm ganhando espaço no mercado internacional.

A China lidera as importações (US$ 3,9 bilhões), seguida por Estados Unidos (US$ 1,7 bilhão), Alemanha (US$ 1,3 bilhão), Bélgica (US$ 727 milhões) e Itália (US$ 669 milhões). No total, 169 países importam produtos agropecuários mineiros.

Café é destaque e carnes ganham força

O café, ícone da produção mineira, teve uma valorização de 15% na saca em relação ao ano anterior, com vendas totalizando US$ 7,1 bilhões (44,6% a mais) e 28,4 milhões de sacas embarcadas (aumento de 25%).

As carnes também apresentaram números positivos, com US$ 1,4 bilhão e 414 mil toneladas exportadas (9% das vendas). A carne bovina lidera o segmento, com US$ 1 bilhão e 240 mil toneladas (aumento de 20,4% no valor e 26,5% no volume), mas a carne suína merece destaque, com o melhor resultado dos últimos 8 anos (US$ 52,5 milhões e 26,5 mil toneladas). A carne de frango, no entanto, apresentou redução de 20% no valor e 18% no volume.

Soja e açúcar em alta

Apesar da redução nas importações de soja pela China e Tailândia, o complexo soja registrou aumento de 9,5% nos embarques, impulsionado pelo farelo de soja (acréscimo de 9% na receita, US$ 230 milhões). O complexo sucroalcooleiro também teve excelente desempenho, com o açúcar atingindo seu melhor resultado histórico (US$ 2,2 bilhões).